O CLÁSSICO DA COPA RIO

 

GABIGOL – PRECISAMOS EXPLICAR!

Ontem vimos o ressurgimento de um dos maiores ídolos do Flamengo. O artilheiro Gabigol resolveu mostrar por que foi consagrado como um dos maiores ídolos do Flamengo e, em um raro momento de brilho nos últimos dois anos, marcou logo dois gols, distribuiu passes e participou ativamente do jogo.

 Sabemos que ele é um cara diferenciado, um artilheiro nato. Se deu certo ou não na Europa, isso não anula o ótimo jogador que é (particularmente, não o considero um craque). Temos diversos exemplos de jogadores que não jogaram na Europa e jogaram muita bola.

 Mas esse retorno, justamente quando não se esperava mais nada dele, essa "Last Dance", pode significar o último grande momento do Gabigol com a camisa do Flamengo? Ele vai permanecer no Mengão ou buscará novos desafios?

 

Imagem :ESPN

Vamos ser justos: Tite tem culpa no cartório, mas lembremos que Gabriel não demonstra nada há dois anos. Nesses últimos 600 e poucos dias, ele esteve mais preocupado com festas de aniversário, gravar música, vestir a camisa de outros times e se "declarar" para o Corinthians. Entrou em dois anos de "não futebol".

 Agora, a relação com Tite já estava azedada, e com o jogador em má fase, era ideal para o treinador tirá-lo do time. Mas Gabigol não jogava com Tite por questões pessoais. Nos últimos dois anos, Gabigol sempre esteve entre os titulares, exceto com Sampaoli, e não estava rendendo. Tite ficou com a imagem da cabeça da comemoração da Libertadores de Gabigol com a torcida. O jogador errou, sim! Mas o treinador deveria ter conversado com ele, colocado uma pedra no assunto, ou, então, ter mandado o jogador embora, colocando-o à disposição.

Mas Tite preferiu o pior dos caminhos: deixar o jogador encostado e colocar Carlinhos como primeira opção, com Bruno Henrique improvisado. Bruno Henrique é muito bom, mas não desempenha a função tão bem quanto Gabigol. E, com o máximo respeito ao Carlinhos, ele ainda não tem o nível necessário para vestir a camisa do Flamengo.

Mas, este ano, o artilheiro do Flamengo decidiu dar a volta por cima. Ele treinou, entrou em forma, se dedicou e esperou pela oportunidade. Ainda assim, quando entrava nos jogos, não rendia o necessário, dando ao Tite motivos para não colocá-lo em campo. Além disso, a enrolação  da renovação de contrato acabou prejudicando ainda mais. Mas Tite saiu, e agora entra Filipe Luís, um novo técnico que resolveu dar uma chance ao ídolo, apostando suas fichas e seu início de carreira. Ele confiou na velha tática – "Coloca o artilheiro que ele resolve" – e funcionou.

Temos o segundo jogo. O Flamengo não venceu, e, assim como o Atlético, tem grandes chances de reverter a situação, pois ambos possuem craques e bons jogadores. No entanto, esses dois gols de ontem podem significar uma "última dança" ou um "recomeço" para Gabigol e o Flamengo.

 Casamentos têm crises, momentos difíceis, e, quando chegam ao ponto mais crítico, ou tentamos dar a cartada final para salvar, ou nos divorciamos. E agora, Gabigol? O que vai ser?

Autor: Paulinho do Plantão