O FIM DE UM GIGANTE: ADEUS, SÃO JANUÁRIO! 

imagem : GE

Apesar de ainda haver três jogos para a despedida, a dor de todo vascaíno em saber que ficaremos longe do nosso maior patrimônio é grande, sabendo que esse "velho" gigante dará lugar ao novo São Januário. O estádio não é importante apenas para a história do futebol, mas também para a história da cidade do Rio de Janeiro e do Brasil.


imagem : Memória Vascaína 


Entender a importância histórica de São Januário é simplesmente entender que estamos falando de um bem histórico muito bem preservado, e que, se pudesse falar, contaria muitas histórias.

Em 1925, o clube fez campanhas para que torcedores se tornassem sócios e arrecadou 685 contos e 895 mil réis para a compra do terreno, além de 2 mil contos de réis para a construção. No dia 28 de março de 1925, o C.R. Vasco da Gama adquiriu o terreno para a construção do seu estádio. A área foi comprada da Sociedade Anonima Lameiro. O valor do terreno, uma área de 55.445 m2, foi de 609:895$000 (seiscentos e nove contos e oitocentos e noventa e cinco mil réis). O responsável pela busca do terreno foi o dirigente vascaíno Manoel Joaquim Pereira Ramos. Ele encontrou a grande área onde hoje está erguido São Januário, na encosta do Morro do Pedregulho, no bairro de São Cristóvão, na zona norte do Rio de Janeiro. Hoje está a Barreira do Vasco.


imagem: Memória Vascaína 

Era comum naqueles dias dos anos 20 ver o sacrifício dos vascaínos humildes subindo a rua São Januário em carroças ou com seus burros  para doar cimento, pedra e areia para a construção, o pouco que se tornaria o munto. A força de trabalho contratada para a grande obra foi complementada por voluntários de todos as áreas. Eram pedreiros, serventes, carpinteiros, marceneiros, vidraceiros, bombeiros hidráulicos, engenheiros e projetistas orgulhosos em servir ao seu Clube e à nobre missão de colocar de pé o “Gigante da Colina”.


imagem: Memória vascaína 


São Januário foi inaugurado no dia 21 de abril de 1927, graças ao esforço dos torcedores e associados, que literalmente fizeram uma "vaquinha" para a compra do terreno e a construção do estádio, ainda sem a arquibancada em curva. Em 31 de março de 1928, já com a arquibancada em curva concluída, São Januário se tornou o primeiro estádio brasileiro a receber jogos noturnos.


Imagem: Memório Vascaína 


Em 1940, São Januário foi palco do comício de 1º de maio, que depois passou a ser considerado como o Dia do Trabalhador, realizado por Getúlio Vargas. Na ocasião, o então presidente do Brasil anunciou a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), as primeiras leis trabalhistas do país. O estádio foi palco de vários outros discursos de Getúlio durante os anos seguintes. Não foi apenas nessa ocasião; o estádio era frequentemente usado por Getúlio para diversos eventos do governo.

São Januário já teve a honra de ser o maior estádio do mundo. Sim, senhores, a construção de São Januário foi um marco para o futebol mundial. Foi o maior estádio do Novo Mundo (discutível)  até a construção do Estádio Centenário, em Montevidéu, para a primeira Copa do Mundo, em 1930.

 Mas por que construir no bairro de São Cristóvão? São Cristóvão foi escolhido pelo Vasco por ter características parecidas com seu local de fundação, na zona portuária da cidade. Além disso, o local possuía uma grande colônia portuguesa, que se formou na região desde a chegada da Família Real à Quinta da Boa Vista. Essa colônia teve origem no Brasil Colônia, quando a Família Real chegou ao Brasil e ocupou a Quinta da Boa Vista. Ao redor do local, portugueses ligados à monarquia ocuparam propriedades. Com o tempo, os nobres ricos foram sendo substituídos por portugueses comerciantes de classe média baixa, que se identificaram com o clube e ajudaram financeiramente a erguê-lo.

Até porque, em uma época de difícil locomoção devido à falta de estradas e transporte público, morar no bairro imperial significava facilidade para chegar aos locais de disputa dos esportes: Caju, Centro e Zona Sul.

Esse estádio viu as glórias e as derrotas do Vasco. Viu Roberto Dinamite, viu Romário , viu Zico, Reinaldo , entre outros craques do futebol nacional e mundial .



 Mas esse não será um fim; será apenas um "até logo". São apenas três jogos, nos quais vascaínos e amantes da história poderão celebrar, fazer visitas e tirar fotos. O Vasco enfrenta o Internacional, Atlético-GO e Atlético-MG, e, depois disso, o estádio será fechado para obras, sendo reaberto quando completar 100 anos.

 



AUTOR: PAULINHO DO PLANTÃO 

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