ENTREVISTA COM GOLEIO VICTOR JENNE
VICTOR HUGO JENNE ALLEGRETO
| IMAGEM:GLOBO.COM |
A Rádio Gama Esportiva transmitiu o jogo entre Olaria e ABC, válido pela Copa do Brasil, no qual o time da Leopoldina, jogando contra todas as possibilidades, acabou vencendo por 1x0, com gol do atacante Mangá.
A partida foi disputada em Moça Bonita devido a diversos fatores, todos contra o Olaria. A Bariri não tinha condições de receber o jogo. A diretoria tentou o Luso-Brasileiro, estádio que pertence à Portuguesa da Ilha do Governador, porém, o aluguel ficaria inviável. Cogitou-se o estádio do Volta Redonda, mas a logística e o lado financeiro pesaram na escolha do péssimo campo de Moça Bonita.
O time da Leopoldina enfrentaria uma equipe nacional, que sempre disputa campeonatos e tem calendário cheio o ano todo. O maior campeão estadual do Brasil, campeão da Série C, com um técnico de renome no banco de reservas: Ney Franco.
Ainda assim, o jogo foi interrompido devido a uma confusão do lado de fora do estádio, causada por uma briga de torcidas. O gás de spray acabou entrando no estádio, paralisando a partida. Tinha tudo para ser uma eliminação daquelas... Apenas tinha.
O Olaria foi mais perigoso e, quando o ABC acordava, parava no paredão Victor Hugo, goleiro do Olaria. No primeiro tempo, destaque para a grande atuação de Vitinho, camisa 8 do time e recém-chegado do sub-20 do Olaria, que sabe trabalhar bem a base.
O Olaria foi ameaçado e soube ameaçar. O ABC, preguiçoso, parecia ter a certeza de que, a qualquer momento, venceria o Olaria, que literalmente fazia seu primeiro jogo no ano, enquanto o ABC já está há mais de um mês na ativa.
Mas nada foi capaz de vencer o gigante da Leopoldina, que proporcionou uma zebra gigante e agora vai enfrentar outra equipe da Série C: o Brusque.
O blog da rádio conseguiu uma rápida enrevista com o Herói do jogo, o goleiro Victor Hugo. Vanmos ver o que ele tem a nos dizer.
| IMAGEM: PORTAL TERRA |
Victor Hugo Jenne Allegreto, goleiro de 27 anos, nascido no Brasil e com dupla nacionalidade( tem cidadania portuguesa). Desde o ano passado no Olaria, começou nas categorias de base do Botafogo e passou por Marcílio Dias, Cabofriense, Goytacaz , UD Oliveirense e F. Benidorm.
1) Sua formação foi na base do Botafog, teve duas experiências internacionais. passando por Portugal e Espanha. Qual a importância dessas pasagens na sua formação profisisonal ?
R:Eu comecei a minha carreira no mirim do Olaria. Aí joguei até o primeiro ano do juvenil e depois terminei a formação de base no Botafogo. Fiquei quatro anos e meio no Botafogo, e foram experiências incríveis. Em 2016, fui integrado ao profissional, sendo um ano incrível na minha carreira, porque a gente foi praticamente campeão de tudo na base: campeões cariocas e brasileiros.
Na época, os goleiros eram o Jefferson (até hoje um dos meus maiores ídolos), o Helton Leite e o Saulo, que também são duas referências para mim. Quando meu contrato encerrou no Botafogo, acabei não renovando e tive essas experiências internacionais. Primeiro, fui para a Oliveirense (Portugal) e depois para o Benidorm (Espanha). A Oliveirense estava na segunda divisão de Portugal, e o Benidorm era da terceira divisão da Espanha.
O que mais me agregou nessas passagens foi a questão mental, pois foi a minha primeira experiência fora de casa. Como sou do Rio, só tinha experiências no Olaria e no Botafogo. Então, ficar fora de casa e fora do país, tendo que me virar sozinho e morar sozinho em um lugar com uma cultura diferente, foi um grande aprendizado. A parte que mais trabalhei e que mais me agregou foi, sem dúvida, a questão mental.
2)O Olaria a três anos vem batendo na trave para subir para a série A Carioca( foi três vice campeonatos seguidos). Você é um dos mais esperiêntes desse grupo. Como não deixar as frustrações do passado afetar esse time, já que a pressão interna para subir é grande e deve incomodar?
R: Tem alguns outros atletas experientes que ajudam nessa situação: o Rosales, o Recife (nosso capitão), o Jefferson e o Rodrigão, zagueiros que chegaram este ano. O Thalles é outro que ajuda muito nisso.
Mas a gente fala muito no nosso grupo que não devemos nos agarrar ao passado. O que devemos lembrar é que chegamos à final, e isso serve até de motivação. A gente trabalha lá com o lema: "Não podemos fazer no ano seguinte menos do que fizemos no ano anterior."
Então, nosso objetivo para este ano é chegar novamente à final e, se Deus quiser, conseguir o título, trabalhando firme. Eu cheguei ao profissional do Olaria no ano passado e não tenho o que reclamar. É uma dedicação absurda. Independentemente das dificuldades, como treinar em campo sintético ou do local onde treinamos, todo mundo vai ao seu limite. O bom é que essa garotada sobe com uma vontade imensa de vencer, e todos que estiveram em campo contra o ABC têm qualidade e sabem ouvir.
O que a gente cobra e tenta passar de experiência para eles, os meninos buscam ouvir. Eles irão aprender e melhorar. Essa busca pela evolução se refletiu no jogo. Tanto o Kauã quanto o Vitinho, que começaram como titulares e subiram agora para o profissional, corresponderam muito bem com sua dedicação.
3)Como foi o jogo contra o ABC e ser o destaque da partida?
R: Uma sensação inexplicável! Uma felicidade imensa, que não tem como descrever em palavras. Mas o primeiro sentimento que vem é gratidão a Deus, por me dar força e discernimento para enfrentar todas as dificuldades do dia a dia.
Sobre a felicidade, como eu falei, comecei minha carreira no Olaria, então já era grato por tudo. Depois cheguei ao Botafogo, me tornei profissional, mas minha base foi no Olaria. Só por representar essa camisa e ter tido a oportunidade de honrá-la, já é algo especial. Além disso, fazer minha estreia na Copa do Brasil, uma competição que eu nunca tinha jogado antes, foi incrível. Já havia participado de uma semifinal duas vezes, mas não joguei, fiquei no banco.
Então, representar a camisa do Olaria – um clube que vou honrar por toda minha carreira – e ainda conseguir essa classificação, podendo fazer uma boa partida e ajudar o clube da melhor forma possível, é uma alegria inexplicável!
4)Quais as maiores dificuldades de se jogar a Série B do Carioca e quais suas pretenções futuras para a carreira ?
R:Acredito que a Série A2 é muito equilibrada. No ano passado, o Maricá teve um investimento maior devido ao aporte da prefeitura e teve seus méritos. Mas acredito que a Série A2 é uma competição muito nivelada, em que nenhum clube tem um investimento significativamente maior que o outro. São equipes muito equilibradas e aguerridas.
Outra dificuldade encontrada serão os campos. Infelizmente, na Série A2, a maioria dos gramados não é de boa qualidade, devido à infraestrutura limitada e à falta de verba dos clubes para investimentos. Mas temos que nos adaptar. Nossa equipe tem como principal característica a posse de bola, mas, infelizmente, haverá jogos em que enfrentaremos campos que não permitirão nosso estilo de jogo. Mesmo assim, teremos que nos ajustar e encontrar maneiras de superar essas adversidades.
A Gama Esportiva agradece imensamente ao arqueiro a entrevista e deseja toda a sorte do mundo .
ENTREVISTADOR: PAULINHO DO PLANTÃO
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