O DEVIDO RESPEITO AO RENATO GAÚCHO
Enquanto clubes como Manchester City, Bayern de Munique e Real Madrid contam com orçamentos bilionários e elencos repletos de estrelas internacionais, o Fluminense chegou à competição com muito menos poder de investimento. Isso ressalta a competência da gestão, do técnico Renato Gaucho e da comissão técnica, além da força de um elenco coeso e comprometido.
A campanha na Libertadores de 2023 foi histórica: o título inédito coroou uma geração, uniu torcida e clube, e mostrou que com planejamento e futebol de qualidade, é possível desafiar gigantes. Esse título também deu ao Flu o direito de disputar esse novo Mundial. Ano passado, fez um ano péssimo, se salvando apenas na última rodada, como o mundo acaba dando voltas...
Mas não podemos falar da campanha maravilhosa sem mencionar Renato Gaúcho. Sondado por diversas equipes no começo do ano, ele escolheu o Fluminense muito por conta da participação no Mundial. Boa parte da imprensa o rotula como um péssimo técnico, que não sabe trabalhar taticamente, que não passa de um cara polêmico e que só "treina" a parte motivacional da equipe. Mas será só isso? Será que ele é mesmo fraco como dizem?
Se analisarmos os jogos mais difíceis do time — contra o Borussia e a Inter de Milão —, a equipe tricolor das Laranjeiras se comportou taticamente de forma quase perfeita, atacando quando era necessário e se defendendo quando preciso. A equipe demonstrou um padrão tático acima do habitual. Será que o Renato evoluiu?
Vamos fazer uma pequena análise: Renato Gaúcho se notabilizou por conquistar títulos e montar grandes times com elencos formados, em sua maioria, por jogadores pouco badalados ou que não eram desejados por outros clubes. O maior exemplo disso é o Grêmio campeão da Copa do Brasil de 2016 e da Libertadores de 2017.
Esses times se destacavam coletivamente e taticamente, mesmo sem contar com jogadores de primeira prateleira. Havia, sim, bons nomes, como o goleiro Marcelo Grohe, a lendária dupla de zaga formada por Kannemann e Geromel, além de jogadores consistentes como o lateral Edílson, Marcelo Oliveira e Bolaños.
Em 2017, o time ainda contou com o brilho do "Rei da América", o atacante Luan.
O melhor time que Renato Gaúcho teve em mãos certamente foi aquele Fluminense campeão da Copa do Brasil de 2007 e vice-campeão da Libertadores de 2008. Um elenco com alguns craques e diversos jogadores acima da média, que conduziram o Tricolor a anos de glórias.
Tirando esse time, e o Flamengo de 2021 — que também era tecnicamente acima da média —, todos os outros times comandados pelo treinador eram considerados comuns. Ainda assim, Renato soube usar sim de projeções táticas para vencer jogos. O Grêmio campeão da Libertadores teve muita garra, é verdade, mas o treinador também trabalhou muito bem a parte tática.
Podemos, sim, questionar se ele poderia ser um pouco mais preocupado com o aspecto tático ao longo da carreira, mas dizer que ele é fraco e que tudo o que conquistou foi “sorte”? O cara tem diversos títulos e trabalhos memoráveis em clubes. De fraco, ele não tem nada.
HISTÓRICO DE TIMES DE RENATO GAUCHO :
Clubes treinados por Renato Gaúcho
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Madureira (2000–2001)
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Fluminense
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1ª passagem: 2002–2003
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2ª passagem: 2007–2008
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3ª passagem: 2009
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4ª passagem: 2013–2014
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5ª passagem: 2025 (desde abril até o fim de 2025)
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Vasco da Gama
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1ª passagem: 2005–2007
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2ª passagem: 2008
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Bahia (2009–2010)
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Grêmio
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1ª passagem: 2010–2011
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Athletico Paranaense (2011 — breve passagem)
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Grêmio
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2ª passagem: 2013
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3ª passagem (mais longa): 2016–2021 Flamengo (2021)
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Grêmio
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4ª passagem: 2022–dezembro de 2024
Títulos por clube
Fluminense
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Copa do Brasil: 2007
Grêmio
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Copa do Brasil: 2016
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Copa Libertadores da América: 2017
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Recopa Sul‑Americana: 2018
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Campeonato Gaúcho: 2018, 2019, 2020, 2023, 2024
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Recopa Gaúcha: 2019, 2023
Resumo dos vices
| Ano | Clube | Competição |
|---|---|---|
| 2006 | Vasco da Gama | Copa do Brasil |
| 2008 | Fluminense | Copa Libertadores |
| 2013 | Grêmio | Campeonato Brasileiro |
| 2021 | Flamengo | Copa Libertadores |
| 2023 | Grêmio | Campeonato Brasileiro |
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